Identidade , cultura, marca e reputação corporativa. Quem somos e como somos vistos?
Complementando a discussão sobre marca e reputação com a reflexão sobre a influência da identidade e cultura organizacional
“Quem somos” e “como somos vistos”. Relendo o artigo da Ana Luisa de Castro Almeida que publicamos no site da Press sobre marca e reputação me lembrei de outro artigo intitulado “A construção de sentido sobre “quem somos” e “como somos vistos” que a autora ,então minha professora, trouxe para discussão quando fazia o mestrado na PUC . Na verdade, ele vem complementar a reflexão sobre a marca e reputação acrescendo à questão, a identidade e cultura organizacional. Mostrando que esses elementos são convergentes, interdependentes e conformadores da construção de sentidos dos sujeitos que se relacionam com a empresa. Neste artigo a autora inicia por caracterizar o contexto organizacional a partir de uma nova ordem onde mundos diferentes coexistem, fragmentados e globais, reais e virtuais, considerando um “tempo de opções; de unicidade e pluralismo; de combinação de tradição e inovação; de deslocamento dos indivíduos em relação aos seus referenciais” para então defender que tanto os meios quanto as relações de produção econômica estão cada vez mais culturais no sentido de ser fonte de significação. Assim explica Ana Luisa Almeida: “A arena organizacional caracteriza-se como um movimento de continua reinterpretação da realidade e das relações, a partir de redes subjetivas criadas e recriadas por meio da troca de recursos e informações entre os membros da organização e da sociedade.” No entanto, este cenário serve de pano de fundo para a discussão principal: a identidade corporativa.
Identidade corporativa
Mas afinal qual o conceito de identidade organizacional? Para a autora é uma coleção de atributos vistos como específicos daquela organização que definem papeis, símbolos, políticas e regras. Em sintonia com esta definição, Albert e Whetten (1985), defendem que a identidade corporativa é a essência da organização, de acordo com a visão do publico interno e demais públicos com quem se relacionam. Acrescentando que, a identidade é o que diferencia uma organização da outra, que se constrói historicamente, e é “uma questão de auto-reflexão: quem somos enquanto organização”. Dessa forma, caminhando com a discussão, o artigo mostra o imbricamento da cultura organizacional como sendo a base para a construção da identidade num movimento de entrançamento , interdependência e mutua afetação. Com isso, a questão se apresenta mais complexa, pois além de se mostrar móvel, observamos que a identidade não pode ser definida por uma única perspectiva já que envolve múltiplos sujeitos e está exposta às mudanças sociais tão frequentes na modernidade.
Gerindo a identidade
Dentro deste cenário, o desafio para as organizações é grande e cabe a elas então gerenciar sua identidade tendo a consciência que é a partir daí, que se dá a construção de sua imagem e de sua reputação. Gerenciar implica na criação de estratégias comunicacionais para gerar uma conscientização sobre “quem somos” e “como queremos ser percebidos” junto aos seus públicos mantendo a vigilância sobre a coerência entre o discurso e a pratica .
Por Cláudia Tanure
Diretora Executiva da Press
Mestre em Comunicação
Bibliografia:
ALMEIDA, Ana Luisa. A construção de sentido sobre “quem somos” e “como somos vistos” Mestrado PUC 209.
ALMEIDA, Ana Luisa; CAETANO, Carine; BASTOS Fernanda. In: OLIVEIRA, Ivone; Lima Fábia (ORGs.). Propostas Conceituais para a comunicação no contexto organizacional. Rio de janeiro: Difusão,2012.