Assessoria de imprensa também é mostrada no “Chef”
A assessoria de imprensa chega ao cinema
Mais uma coisa me chamou atenção no filme Chef, além da força do twitter, a presença de uma assessoria de imprensa. Quem viu o filme deve se lembrar quando o Chef estava no “olho do furacão”, vivendo um crise de imagem após uma briga com o crítico gastronômico no twitter, e sua ex esposa lhe indica a sua assessora de imprensa. Apesar de aparecer na cena de uma maneira um pouco jocosa, bastou para mais uma vez me convencer que essa profissão já é aceita e entendida por muitos.
Quando começamos, há vinte anos atrás, nem a nossa família entendia o que fazíamos na Press. Não adiantava explicar, a comunicação voltada para as empresas, a assessoria de imprensa, era tudo muito novo, difícil de entender mesmo. Assim perdurou-se por muito tempo.
Hoje, podemos ver, com certo orgulho, um um personagem de novela como assessor de imprensa e até mesmo em um filme de Hollywood como o Chef apresentando um profissional!
História da assessoria de imprensa
A assessoria de imprensa é filha do jornalismo empresarial que, segundo Gaudêncio Torquato (2009), um dos pioneiros, surgiu no Brasil em torno dos anos de 1960, na esteira da industrialização, quando muitas empresas se viram impulsionadas a buscar uma interlocução com seus funcionários. Assim nascia o então House Organ. É impossível falar deste período, sem citar a importância da Aberje naquela época Associação Brasileira de editores de revistas e jornais de Empresas, e ainda hoje uma entidade chave no desenvolvimento da comunicação organizacional no pais. Margarida Kunsch (2009), completa dizendo que “A comunicação organizacional é fruto de sementes lançadas na Revolução Industrial, que, com as consequente expansão das empresas a partir do seculo XX, propiciou mudanças radicais nas relações trabalhistas(…). Neste contexto , afirma a autora, surgiram a propaganda, o jornalismo empresarial e as relações públicas.”
Nos anos de 1970, as organizações, dentro de um contexto de globalização, de consumidores mais exigentes frente a uma comunicação cada vez mais acessível, precisaram ampliar também seus canais de comunicação com os outros públicos, não só com seus funcionários, mas com todo a a sociedade onde estavam inseridas. Assim surge a assessoria de imprensa, dentre as já executadas publicidade, relações públicas, como um instrumento de interlocução entre empresas e jornalistas dos veículos de massa, sejam rádios, jornais impressos, tvs, revistas e hoje internet. Nos anos de 1990, experimentamos um grande crescimento da comunicação corporativa como um todo, experimentando um respeito maior pela profissão e uma demanda maior por parte do mercado.
Assessoria de imprensa hoje
Nos anos 2000, com a chegada da internet, vemos o auge da comunicação corporativa e com ela a aceitação e compreensão da assessoria de imprensa. As mudanças são tantas, que não sabemos bem para onde caminharemos, pois as primeiras percepções sinalizam uma ampliação do conceito como já discutimo no artigo “Assessoria de imprensa ou relacionamento com a imprensa“.
Aumentam os estudos acadêmicos sobre o assunto e os próprios cursos incluem em suas ementas a comunicação corporativa e suas derivações. A demanda das empresas continuam crescentes, mas o foco muda para uma perspectiva mais estratégica, trazendo paradigmas mais dialógicos na tentativa de dar conta de um complexo sistema social que vivemos na contemporaneidade.
Esse pequeno e recortado percurso histórico que fizemos prova o crescimento da profissão de assessoria de imprensa e a própria comunicação corporativa da qual faz parte e a consequente presença nas mídia de massa como o cinema.
Bibliografia
KUNSCH, Margarida Maria Krolhling et al. (Org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e processos, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2009.
KUNSCH, Margarida Maria Krolhling et al. (Org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e processos, v. 2. In: G . TORQUATO . A gênese do jornalismo empresarial e das relações públicas à comunicação organizacional no Brasil São Paulo: Saraiva, 2009.