Assessorias de imprensa recomendam: conhecimento se compartilha

Assessorias de impressa entenderam que oferecer conteúdo extra a repórteres traz benefícios para sua marca, para os jornais e, indiretamente, para a população

assessoria de imprensa

Assessorias de imprensa investem em eventos como o promovido pela Ibmec sobre economia, exclusivo para jornalistas

 

Não há registro de quem disse, nem em quais circunstâncias, mas é difícil discordar de que o repórter é um especialista em generalidades. A sociedade espera desses profissionais informações sobre os mais diferentes assuntos nos campos das artes e das ciências. Eles escrevem da fauna marinha a tecnologias de aviação. Anunciam atrações do Teatro Espanca e do Palácio das Artes. Deixam nas entrelinhas conceitos de microeconomia para esclarecer por que o pão de sal ficou mais caro.  Falam cinco minutos de muita coisa. Porém, seis minutos de pouca. Sete, de quase nada.

Claro que há exemplos de grandes experts espalhados pelas redações. Mírian Leitão e Sardemberg conhecem muito de economia brasileira. Tárik de Souza e Zuza Homem de Mello são referências quando o assunto é música. E raros os que entendem tanto de segurança e tecnologia militar quanto Roberto Godoy. Mas no geral, pela pressão do trabalho em jornadas que entram pela noite, falta tempo aos jornalistas para se aprofundarem. Aprendem rápido uma quantidade de conteúdo suficiente para balizar sua notícia.

Algumas assessorias de imprensa perceberam que auxiliá-los nessa busca por conhecimento é um bom caminho. Recentemente, a IBMEC promoveu um encontro em Belo Horizonte entre jornalistas da cidade que cobrem economia e dois professores do seu corpo acadêmico, fontes recorrentes dos jornais. Reginaldo Nogueira, coordenador de Relações Internacionais, deu uma aula sobre a atual conjuntura econômica do Brasil, imerso em um contexto de crise mundial. Já Eduardo Coutinho, coordenador de Administração, esclareceu as complicadas perspectivas do empresariado do país para os próximos anos.

Outras grandes empresas já fizeram esforços do tipo. A Vale, por exemplo, realiza cursos recorrentes para os repórteres que querem saber mais sobre o setor de mineração. O Instituto Aço Brasil (IAB), que representa as maiores siderurgias, costuma fazer palestras direcionadas a esse público. Algumas entidades sem fins lucrativos, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também passaram a organizar eventos com jornalistas.

As vantagens são recíprocas. As empresas fortalecem um canal de comunicação direto com as redações e mostram que estão disponíveis a ser acessadas quando alguma notícia, boa ou ruim, envolver o seu nome. Indicam, enfim, que podem ser fontes confiáveis e parceiras na árdua tarefa de se fazer jornal.

Os repórteres, no outro lado, saem mais preparados para aprofundar as suas pautas e levar informações completas à população. Farão com mais eficiência o papel de multiplicadores de conhecimento, oferecendo aos leitores, ouvintes e telespectadores o que aprenderam enquanto apuravam. Muita gente sai ganhando quando esses profissionais conseguem ampliar os minutos de seu repertório.

Por Thiago Silvério

Jornalista da Press Comunicação