Comunicação corporativa: os perigos de querer opinar sobre tudo

Comunicação corporativa deve seguir uma série de estratégias para que, nesses dias de mensagens instantâneas e polêmicas diversas, a empresa não seja mal interpretada

Documentário Corações & Mentes, de Peter Davis: um canal de comunicação
Documentário Corações & Mentes, de Peter Davis: um canal de comunicação

A internet e toda a sua sorte de redes sociais possibilitaram às empresas um universo de oportunidades. Permitiu, por exemplo, chegar mais rápido a seus públicos alvos, conhecê-los quase na intimidade e acertar seus gostos. Em contrapartida, talvez como pagamento a essas informações privilegiadas, vem exigindo dessas empresas posicionamento constante para os mais diferentes assuntos, dos triviais aos polêmicos. Um campo minado em que, um passo em falso, coloca pelos ares as mais sólidas imagens.

As chamadas à travessia desse campo ocorrem a todo momento. Há convites, explícitos ou não, para opinar sobre corrupção no congresso, morte de cantor sertanejo, aborto legalizado, união homoafetiva, hidrelétrica em Belo Vale, má fase da seleção de futebol. A lista é inumerável, com atualizações quase diárias. O desafio para as empresas não é só percorrer por esses assuntos, mas também fazê-lo de forma convincente e cativante. Em outras palavras, sair ilesa das minas e ainda conquistar corações e mentes.

Essa última expressão, “corações e mentes”, título de um documentário de Peter Davis, surgiu justamente no meio de dias de conflito. Foi cunhada pelo ex-presidente americano Lyndon Johnson numa palestra de incentivo às tropas americanas que embarcavam para a Guerra do Vietnã. Johnson dizia que os Estados Unidos só conseguiriam vencer o embate se fossem capazes de convencer os vietnamitas de que não eram invasores, mas sim libertadores, numa estratégia em que a retórica valeria mais do que os fuzis.

A guerra foi cruel, como nos contam os livros de história. Resultado desastroso para toda uma geração. Mas Johnson, pelo menos naquele palanque, sabia o que dizia. De fato, uma boa comunicação consegue, sem pegar em armas, construir em torno das instituições uma blindagem própria e positiva. Com um planejamento eficiente, promove empresas a um referencial de conhecimento dos setores onde atuem. Faz com que o seu posicionamento seja respeitado e relevante.

Ao observar as grandes marcas é possível identificar algumas ações para esses objetivos. A primeira, evidentemente, é que a empresa não deve cair na armadilha de emitir parecer sobre tudo. Primeiro, é preciso identificar a imagem que se quer manter ou conquistar. Depois, saber a fundo o interesse de seu público. Por fim, limitar os assuntos que se enquadrem nesse interesse e que podem reforçar a sua imagem.

Outra estratégia seria amarrar todos os discursos em uma mesma corrente de pensamento, a identidade da empresa, forjada pelos valores, visão e missão. Essa corrente deve ser notada nas palavras dos porta-vozes, presente em todos os informativos e redes sociais. Para empresas muito grandes, com um corpo técnico e gerencial formados por centenas de potenciais formadores de opinião, alinhar um discurso único pode parecer impossível. Nada do que algum treinamento e a criação dos chamados “comitês de comunicação”, formado pelos próprios funcionários, não resolvam.

Quanto mais afinado for esse discurso mais a empresa será reconhecida e seu posicionamento valorizado. E a internet continuará sendo uma ferramenta útil, mas dessa vez com todas as minas mapeadas.

 

Por Thiago Silvério

Jornalista da Press Comunicação

Melhore sua comunicação empresarial: aposte em comitês

Comitês de comunicação são ferramentas fundamentais para grandes empresas, no trabalho de comunicação interna

comunicação empresarial
Para botar em prática um bom planejamento de comunicação empresarial, ter o apoio de um comitê pode ser fundamental

A comunicação empresarial é fundamental para qualquer empresa, pois ajuda a integrar os colaboradores bem como as atividades realizadas pelas diversas áreas. Muitas organizações optam por contratar uma agência de comunicação empresarial para gerenciar toda a produção dos próprios canais, como revista, jornal, jornal mural, intranet, por onde serão divulgadas as informações internas.

Para permitir o maior envolvimento dos colaboradores e que as informações circulem amplamente, de forma democrática, revelando acontecimentos, muitas vezes restritos a determinados setores, há empresas que instituem um comitê de comunicação interno.

Formado por representantes de setores distintos da empresa, o comitê tem o compromisso de repassar ao departamento de comunicação, e esse à agência de comunicação empresarial, informações e novidades que possam ser divulgadas nos canais da empresa; convencer colaboradores de prestarem depoimentos sobre determinados assuntos e, além disso, serem fotografados ou enviarem a própria foto.

Essa pessoa, identificada em algumas empresas como correspondente, representantes, facilitadores e e em outras como líder de comunicação, também deve estar atenta para que todos os colegas tenham acesso aos boletins, comunicados, jornal mural, jornais e revistas, intranet, e, assim, ter a garantia de que as notícias estão alcançando todos os colaboradores.

Olhos e ouvidos da comunicação empresarial

A relação de confiança, de respeito e de consideração mútuas entre a empresa e a agência de comunicação empresarial é fundamental para o sucesso dos conteúdos. Os correspondentes precisam estar atentos à rapidez no envio das informações, checar os dados previamente, lembrar que as notícias devem ser atuais, despertar o interesse do público interno, ser curiosas e revelar alguma oportunidade para serem divulgadas.

Isso tudo é importante para agilizar o trabalho da equipe de jornalistas da agência de comunicação empresarial, quem fará toda a apuração, redação e edição das matérias. A existência de um comitê de comunicação atuante resulta em canais de comunicação atualizados, atrativos e, consequentemente, com amplo alcance pelo púbico interno. Se a sua empresa ainda não o possui, pense nessa possibilidade, e, se necessário, conte com a Press Comunicação para ajudar a implantá-lo.

 Por Luciana Neves

Editora da Press Comunicação

Banner e-book

Banner_infografico_metodologia_press

Comunicação empresarial , reconfiguração da(s) identidade(s)

 

Comunicação empresarial e a identidade
Stuart Hall e a  reflexão sobre identidade cultural

 

A Comunicação empresarial ainda padece de mais aprofundamento nos seus estudos. Este  artigo tem o propósito de jogar luz em uma questão ainda pouco discutida , que é a (con)formação atual da identidade das organizações capitaneadas pela comunicação empresarial. Vem  falar na sua essência sobre o deslocamento da identidade empresarial dentro de um contexto de complexidades em que  vivemos atualmente.

É possível uma empresa ter mais de uma identidade?

Após ler , deixe suas considerações. É preciso ampliar as discussões, não acha?

Comunicação empresarial e a identidade em deslocamento

As organizações estão no epicentro das mudanças na sociedade em seus diversos campos, tanto configuram como são configuradas pelos contextos sociais. É preciso entender e caracterizar o contexto social onde estão inseridas e pelo qual foram (re)configuradas. Entendidas como sujeitos sociais coletivos, as organizações são consideradas um espaço de interação social, que influenciam e são influenciadas pelos sistemas culturais, sociais, políticos e econômicos; modificando a sociedade e sendo modificadas por ela.

Portanto, analisamos o contexto social contemporâneo pela perspectiva das mudanças que as organizações ajudaram a promover e que as (re) configurou nos diversos aspectos de sua natureza. O objetivo é de, compreender a influência deste contexto na dinâmica de interação comunicativa que elas estabelecem com a sociedade e seus interlocutores, e principalmente como se dá construção de identidade e a produção de sentidos gerados nesta interação.

Partimos do pressuposto que a construção legitimadora das organizações se dá pela comunicação, que emerge por meio da criação de estratégias discursivas, atualmente mais fluidas e plurais, frutos da própria complexidade contemporânea. Neste ambiente de centralidade da comunicação, as organizações, como sujeitos da enunciação, deixam de ser apenas emissores passando a sediar um espaço de trocas, que Merleau-Ponty[1], citado por Duarte (2003), chama de “encontro de fronteiras perceptivas”. Perceber o mundo direciona a consciência para o outro, criando assim uma fronteira, uma “zona de contato” onde acontecem as trocas de sentidos, onde se é ao mesmo tempo emissor e receptor. É neste processo de tomada de consciência de si mesmo enquanto sujeito social e da consciência da existência do outro que se institui a relação que pode definir as percepções que cada um tem do outro.

Porém, todo esse deslocamento cultural, do público para o privado, levou os sujeitos a uma crise identitária. As identidades culturais de classe, gênero, etnia, raça, nacionalidade que encaixavam os sujeitos socialmente, se fragmentaram nesse contexto, tornando essas fronteiras mais fluidas e indeterminadas (HALL, 1997).
Para Hall (1997), se no passado essas identidades localizavam os indivíduos sociais de maneira sólida, hoje essas mudanças, modificaram as identidades pessoais e a forma do sujeito, e aqui nos referimos as organizações como sujeitos coletivos, se localizar na sociedade. Na concepção de HALL (1997) vivemos o sujeito pós-moderno hoje.

Onde segundo o autor :

O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um “eu” coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas. […] A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia (HALL, 1997, p.13 -14).

Assim, esse sujeito – no caso as organizações – se torna fragmentado, composto por muitas identidades que tornam o seu núcleo móvel. Assim se caracteriza o sujeito “pós-moderno”, ou seja, contemporâneo, assumindo diversas identidades, em diferentes momentos, sem unificação e nem alinhamento a um só núcleo. A estrutura da identidade – ou das identidades – desse sujeito está sempre aberta, o que possibilita articulações em torno da formação de outras fisionomias. E como se configuram socialmente na relação com o outro esta identidade é ainda reinterpretada pelo outro, pelo seu público.

Porém, não quer dizer que ela , a organização, se perca diante de tantas influências, o que não se pode mais afirmar é que, enquanto sujeito coletivo , participante deste contexto social de mudanças atual , tenha uma única identidade.

 

Cláudia Tanure

Diretora da Press e Mestre em Comunicação

 

Bibliografia

DUARTE, Eduardo. Por uma epistemologia da Comunicação. In: LOPES, M. Immacolata Vassalo Org.). Epistemologia da Comunicação. São Paulo: Loyola, 2003.

HALL, Stuart. A identidade Cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A ,1997.

HALL, Stuart (org.) Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Brasília: Editora UFMG, 2003.

[1] MERLEAU-PONTY,Maurice. Phénoménologie de La perception. Paris: Éditons Gallimard,1945, p.407.

 

Comunicação interna: o que está mudando?

Inovações na Comunicação interna
Inovações na Comunicação interna

A comunicação interna na contemporaneidade  vem passando por diversas mudanças 

No contexto da modernidade em que vivemos, onde as empresas passaram a ocupar um lugar de protagonismo social em todas as esferas da sociedade, o público interno passou a ter mais relevância no mix de atuação da comunicação empresarial, afinal, hoje ele é considerado o principal ativo das corporações.

Além de ser funcionário, é também consumidor, muitas vezes morador do entorno da empresa, acionista, ganhando, com isso, uma perspectiva de maior importância e impacto junto às organizações onde trabalham, não só em relação à produtividade, mas  à imagem e à reputação da empresa.

Nesse cenário, a comunicação interna precisou se atualizar, avançando do conceito informacional,  em que  a  empresa se limitava a repassar informações aos colaboradores,  numa comunicação monológica, em que apenas a fala da empresa tinha importância, para adotar um conceito mais relacional, com uma comunicação dialógica, abrindo o diálogo aos funcionários, na tentativa de ouvir a opinião deles, valorizá-las e considerá-las.

E as mudanças não pararam por ai, com o advento da internet estamos tendo diversas inovações não só na forma , mas também nos dispositivos midiáticos. 

Para contribuir com esta reflexão convidamos a profissional e amiga Varda Klender , para apresentar suas perspectivas sobre essas mudança na comunicação interna  

Inovação da Comunicação Interna: na técnica e na atitude?

Muito se tem falado das aceleradas inovações em diversos campos e na Comunicação não é diferente. Inovações tecnológicas ganham destaque nas organizações e têm transformado as formas de trabalho, das relações, dos processos e dos comportamentos dos indivíduos. Mudanças que afetam as organizações e exigem um olhar diferenciado para o ambiente externo e interno.

Esse fenômeno da sociedade moderna envolve adaptar-se a essa nova realidade. No que tange à Comunicação Interna, as inovações permeiam seus canais, instrumentos, práticas e até políticas com o público interno. Novas possibilidades, novas formas de se comunicar. Mas será que essas transformações permeiam somente as técnicas e tecnologias ou perpassam também pelos comportamentos e atitudes?

Retomemos as formas de comunicação, que até hoje são usualmente tipificadas em meios impressos, eletrônicos/digitais e face a face. Os meios digitais foram os que mais evoluíram na perspectiva da instrumentalização dos veículos de comunicação. Eles possibilitam inúmeras soluções de circulação das informações e interatividade.

Nessa direção, vejamos a gama de opções que as organizações podem implantar, desde os mais simples meios até plataformas mais complexas:

– SMS (short message corporativo por meio de aparelhos celulares);
– WhatsApp (aplicativo de chat para grupos intra ou inter áreas);
– Wall paper nas telas dos computadores;
– Email marketing;
– Newsletter online, em diversos formatos;
– Webcast (transmissão de áudios e vídeos);
– Mural digital;
– Reuniões por videoconferência com equipamentos moderníssimos que simulam a situação real do encontro;
– Universidade corporativa com cursos e treinamentos a distâncias, ebooks, games empresariais, dentre outros;
– TV Corporativa;
– Blogs (muito usual o “blog do Presidente”);
– Chats e grupos de discussão;
– Intranets 3.0 (com funcionalidades acompanhando a terceira onda da Internet, colaboração e uso mais inteligente do conhecimento);
– Redes sociais internas.

(ufa!)

Lembrando que todos esses meios podem ser customizados em termos de periodicidade, público e formato. E que essas diversas possibilidades podem ser acessadas em qualquer lugar em que o colaborador estiver, dentro ou fora da empresa, via dispositivos móveis (smartphone, tablet, netbook, notebook, ultrabook, laptop…). Isto é, os meios de comunicação interna ultrapassaram as divisórias e paredes das organizações e podem chegar em tempo real a diversas pessoas.

Com a evolução tecnológica, vieram, portanto, novos canais de comunicação bem como meios tradicionais repaginados. Alguns desafios acompanham essa evolução: ter verba e “braços” para gerir tantos meios; contemplar o público operacional; ter dinamicidade e atratividade inerentes a esses veículos e, claro, uma gestão sistêmica da comunicação.

No entanto, o maior e mais antigo desafio para a Comunicação, para os gestores e para os profissionais não pode ser deixado de lado frente a esse tsunami digital: a comunicação direta, presencial, face a face. Essa, sim, é um baita desafio diário. Afinal, o processo comunicativo é algo vivo, dinâmico, complexo, criador de sentidos e de relações. Envolve transferência e compreensão de significados, realização e renovação da cultura e conflitos, um bocado de conflitos. Isso, sim, requer dinamismo e habilidade!

Então, quando falamos em inovação na área de comunicação interna, nos referimos apenas a instrumentos, recursos e mídias? Ou também a processos, comportamentos e atitudes? Ao implantarmos uma super mega power intranet 3.0 estamos preparados somente para os seus desafios tecnológicos? Ou o horizonte do debate, da interação humana e da transparência serão contemplados?

Mais que inovação na técnica, precisamos cuidar do real sentido da conexão entre as pessoas.

Varda Kendler
vkendler@hotmail.com
Mestranda em Administração; especializada em Marketing, Comunicação e Gestão Empresarial e Gestão Estratégica da Informação e graduada em Publicidade e Propaganda.Mais de vinte anos de experiência em Comunicação Organizacional e Marketing, em empresas de grande porte, em cargos de gestão. No momento atua como consultora .

Vocês podem ver outros artigos da Varda Kendler no site da Aberje. 

infográfico-lista-transmissão-whatsapp

Press 20 anos na e para a comunicação organizacional: uma trajetória de mudanças

Com uma cultura organizacional marcada pela flexibilidade e adaptabilidade, a Press atravessa anos se mantendo sempre atual.

Press

As mudanças que a Press e a comunicação passaram ao longo de 20 anos

O contexto social contemporâneo, marcado principalmente pela globalização e pelas novas tecnologias, modificou tanto as organizações, como a Press, quanto os públicos. As empresas passaram a ocupar novo ethos, sendo colocadas em um lugar nunca antes ocupado, a ponto de Drucker (1999) afirmar que a sociedade transformou-se em uma sociedade de organizações. O autor acrescenta que quase todas as tarefas necessárias ao funcionamento da sociedade, atualmente, são feitas por organizações empresariais, governamentais ou do terceiro setor, estando essas cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Já seus interlocutores também foram transformados e ampliados. São consumidores, organizações não governamentais, comunidades, funcionários, imprensa, políticos, que passaram a exigir mais, cobrar mais os seus direitos.

Esse estado de coisas impulsionou o surgimento de uma comunicação organizacional que, segundo Torquato (2009), pela fresta do “jornalismo empresarial”, em torno dos anos de 1960.  O “jornalzinho” dos funcionários foi, então, o embrião do que viria a ser a comunicação organizacional que temos hoje, da qual fazemos parte e modestamente contribuímos para crescer.

Um importante marco foi o surgimento da então Associação Brasileira de Editores de Revistas e jornais de Empresas – Aberje, instituição que ainda hoje é um ícone referencial do segmento da comunicação organizacional. A partir daí se inicia um longo e frutífero percurso tanto pratico quanto teórico deste campo ou subcampo da comunicação social. O próprio Gaudêncio Torquato em 1973 defende sua tese de doutorado sobre o tema jornalismo empresarial, comunicação empresarial. Dos anos 1980 em diante, além do House Organ, e em função das pressões externas de consumidores e imprensa, surge a função do assessor de imprensa, que efetivamente se integra ao mix de comunicação empresarial junto com ao marketing e a publicidade.

Press Release Comunicação Empresarial

Dentro desse contexto, nasce a Press Release Comunicação Empresarial, em 1994, com o objetivo de atender as empresas, especificamente em assessoria de imprensa. Nesta década, o país vivia um período econômico de estabilidade e a chegada da internet foi a propulsora de grandes transformações. Para se ter uma ideia, entregávamos releases impressos de redação em redação, via motoboy e, entre outros Estados, mandávamos por fax ou por correio.

O e-mail mudou esse procedimento, agilizando o processo e inaugurando uma nova maneira de relacionamento com a imprensa. Seguindo o raciocínio histórico, até os anos 2000 tanto a agência, como a comunicação empresarial, de forma generalizada, experimentaram uma grande expansão.

Na esteira dessas inovações tecnológicas vieram novas demandas por comunicação empresarial, a partir também das mudanças sociais.  A questão da tecnologia da informação foi e é tão definidora nas novidades ocasionadas na sociedade contemporânea que ela passou a ser caracterizada por seus métodos de acessar, processar e distribuir informações. Esse acesso às informações, pela combinação de diversos dispositivos como satélites, televisão, telefones celulares, computadores e internet, produziu o aumento da conexão entre as pessoas e as organizações, quebrando barreiras como a distância e a língua, e diminuindo fronteiras geográficas, sociais e humanas.

Surgem assim, novos públicos cada vez mais exigentes em relação às organizações, como comunidades vizinhas, ONGs, consumidores, funcionários, grupos de pressão, órgãos reguladores e fiscalizadores, entre outros.

Press Release muda para Press Comunicação

Dessa forma, a Press se viu impelida a oferecer outros serviços ás empresas, dentro ainda do “guarda chuva” da comunicação externa e interna. Por meio da elaboração de produções editoriais como revistas, jornais, relatórios, books etc; publicidade institucional; e design gráfico. Para dar conta dessa nova realidade a agência promoveu várias mudanças, inclusive no próprio nome. Passamos a adotar apenas o Press Comunicação, pois precisávamos ter explicito na marca este novo conceito de abrangência.

Em uma perspectiva mais estratégica, antecipando uma tendência que viria se firmar no nosso segmento de atuação, passamos a oferecer serviços de planejamento estratégico, análise, diagnóstico, pesquisa etc. Adotamos na assessoria de imprensa, o conceito evolutivo de Relacionamento com Imprensa, marcando os contornos mais estratégicos do serviço, conforme discutimos no artigo Assessoria de Imprensa ou Relações com a Imprensa.

Porém, nos anos seguintes, observamos um novo boom de desenvolvimento e uso da internet, caracterizado, principalmente, com o surgimento das redes sociais, hoje capitaneadas pelo Facebook, Twitter e Linkedin. Lembro-me de ouvir o Roberto Civita, então presidente do Grupo Abril, em um Congresso de Comunicação em São Paulo, preconizar a era digital, dando ênfase ao e-book como um “substituto” das publicações em papel. Mesmo antes do tempo previsto por ele, naquele momento, já percebemos a comunicação digital em toda a sua extensão como uma realidade posta e desafiadora.

Press 20 anos

Estamos completando 20 anos, em 2014. A Press institui seu núcleo de Comunicação digital como resposta a esse cenário social, fazendo a gestão de sites, redes sociais, utilizando técnicas do SEO, usando e destrinchando o Google Analitcs – ferramenta de analise e métricas, postando conteúdos entre outros. Estamos convictos que isso ainda é só o começo, pois a comunicação digital, certamente, trará ainda muitas novidades e espaços para uma nova plataforma de comunicação que nos faz e fará repensar todos os nossos conceitos e estratégias.

Press no futuro

Nesses vinte anos até hoje, podemos dizer que tudo mudou e muda cada vez mais e com maior velocidade. Todas essas características citadas não só permanecem como são potencializadas. A comunicação e as informações circulam em quantidade e velocidade estratosféricas, o consumismo se exacerba, dando novos contornos e poderes ao consumidor e aos diversos públicos das empresas.

As organizações, nessa sociedade de mercado, passam a ter cada vez mais espaço e importância na vida da sociedade e, com isso, novas responsabilidades, novos papéis, mais poderes. Confirmando nossa percepção, Lipovetsky, um pensador contemporâneo, dispara “no momento em que triunfam a tecnologia genética, a globalização liberal e os direitos humanos, o rótulo pós-moderno já ganhou rugas, tendo esgotado sua capacidade de exprimir o mundo que se anuncia”. No seu lugar, estaria então a “hipermodernidade”, profetizada por ele como o mundo do superlativo, onde tudo é excessivo e muda o tempo todo, onde a novidade tornou-se exigência permanente (LIPOVETSKY, 2004, p. 52, grifo nosso).

E a Press, caracterizada por uma cultura organizacional aberta a criatividade, as inovações, horizontalizada, permitindo a interação de todos os colaboradores, se mostra apta a enfrentar este estado de coisas que se mostram desafiadores, mas também motivadores para nos lançarmos aos próximos 20 anos.

 

Por Cláudia Tanure

Diretora Executiva da Press

Mestre em Comunicação

 

Bibliografia

DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999.

LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.

TORQUATO Gaudêncio. Da Genese do jornalismo empresarial e das relações públicas à comunicação organizacional no Brasil. In: KUNSCH, Margarida Maria Krolhling et al. (Org.). Comunicação organizacional: Histórico, fundamentos e processos. v.1. São Paulo: Saraiva 2009.

Narrativas e discursos. A Storytelling como estratégia de comunicação organizacional

A comunicação corporativa se dá por meio de discursos,  que por sua vez são narrativas  que constroem e reconstroem sentido na medida em que entram em contato com seus interlocutores num processo de recriação dinâmico e relacional. A autora do livro Storytelling como recurso estratégico comunicacional, Anita discorre sobre este fluxo comunicacional das empresas com seus públicos na perspectiva da empresa como narradora das suas “histórias”.

Narrativas que constroem organizações

Por Anita Cardoso

As narrativas conformadores do discurso e a Storytelling

As narrativas conformadores do discurso e a Storytelling

Narrativas nas organizações

A dinâmica da vida social aliada ao desenvolvimento tecnológico impulsionou os sujeitos a outros processos e possibilidades narrativas. Os sujeitos narram o seu entorno e são narrados novamente pelos demais sujeitos, assim como pelas organizações e demais estruturas de poder. Tudo isso se intensificou com o uso das diversas tecnologias de comunicação e redes sociais, que transformam as informações do primeiro narrador em potencial informação para novos narradores e assim por diante. No contexto das organizações isso não é diferente. Os discursos nas organizações são também afetados por estas tecnologias que se desdobram em sites, blogs, comunidades virtuais, redes sociais etc. Estes desdobramentos geram novas narrativas do conteúdo inicialmente narrado e tomam dimensões que superam as expectativas do enunciado inicial ou do fato em si.

Nesta perspectiva não é mais possível simplesmente produzir um determinado discurso e dá-lo como divulgado, entendido, absorvido pelos seus interlocutores. Este discurso passa pelas dimensões citadas acima e sofrerá novas narrativas inúmeros novos desdobramentos que reverberarão em relações espaço-temporais que podem estar totalmente desconectados da organização que o gerou. Os meios de comunicação intercambiados – cross media – ajudam a fazer esta diferença, há uma clara dependência das tecnologias na veiculação das mensagens, mas também não podemos nos esquecer das constantes mudanças nos contextos sociais na contemporaneidade. Estas mudanças solicitam (para não dizer exigem) e geram um tipo de dependência, novas posturas e desafios para a comunicação no contexto das organizações.

As organizações já perceberam que há de se criar uma proximidade com essas novas possibilidades tecnológicas, buscando encontrar uma forma mais eficiente de interagir com seus interlocutores, através do entendimento sobre suas mensagens. Por isso, as organizações não param de monitorar as diversas redes sociais, buscando encontrar respostas, soluções ou estratégias para um eficaz processo comunicacional com seus interlocutores e também para controlar e saber o que tem sido dito sobre elas nestas narrativas.

Esta nova forma de narrar passa pelo que chamamos de memória e experiência dos seus narradores, como vimos anteriormente, e acontecem carregadas de significações ao serem narradas. Esta negociação da narrativa com o consciente e o inconsciente não para por aí.

Além dos desdobramentos naturais da memória puxando a contação da história da experiência vivida em determinada organização, vamos nos debater com a negociação também consciente do que será publicizado, ou seja, além das interferências ou ruídos da própria memória do sujeito, nas narrativas das organizações teremos a interferência ou ruído da própria organização sobre o que foi narrado e sobre o que será divulgado desta narrativa. Os narradores serão naturalmente tomados em suas narrações pelas suas subjetivações potenciais, ou seja, por toda a carga de memórias e informações ao longo de suas vidas, que afetarão a história narrada. As organizações, como forma de controle, estimulam as narrativas, mas editam passo a passo o que será publicizado.

Desta forma, a organização mostra sua visão de mundo para a sociedade, apropriando-se de narrativas repletas de subjetivações que reforçarão sua imagem e identidade. Na busca de uma constante manobra de imagem e uso da linguagem, as organizações não estão livres dos seus próprios controles, dos externos e das pressões de seus diversos interlocutores.

2 – Subjetivações potenciais da organização

Neste sentido as narrativas podem servir para viabilizar, por exemplo, a montagem de museus, livros, áudios ou outros diversos suportes midiáticos trazendo, pelo viés dos funcionários filtrados pela organização, um discurso que transita de forma mais intensa que as formas mais tradicionais de comunicação, especialmente porque assume um discurso menos formatado e repleto de subjetividade. As narrativas veem carregadas de subjetivações, são aspectos vividos por diversos narradores ao longo de toda uma vida e que foram distorcidos, interrompidos, incluídos por vários outros episódios. As narrativas de uma organização são trazidas pelos seus diversos narradores de forma plural, polifônica, o que comprovará de fato sua subjetividade. O tempo e o espaço, o consciente e o inconsciente, o individual e o coletivo serão responsáveis por produções de subjetividade. Não obstante, as organizações tratarão de filtrá-las e apurá-las para demonstrar os melhores momentos da organização, e cada vez mais, reforçar o lado positivo de sua imagem e reputação. Já se sabe que as narrativas são relatos de tempos passados, das experiências resgatadas pela memória – que são trazidas e ressignificadas no tempo presente. Os relatos aparentemente fluem com todas as subjetivações pertinentes ao contexto social.

As narrativas nas organizações podem ser então, entendidas, como um recurso estratégico comunicacional, que ampliam o diálogo, potencializam a interação entre os sujeitos e reforçam a identidade coletiva do sujeito e que estas formas de comunicação possuem distintas formas de gestão, no contexto das organizações. Podem ainda conduzir os sujeitos a olharem a organização através de uma comunicação filtrada, controlada e repleta de novas subjetivações.

Mini currículo

Mestre em Comunicação Social, Especialista em Gestão em Responsabilidade Social Empresarial, Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Participante do grupo de pesquisa Comunicação no Contexto Organizacional: aspectos teórico-conceituais, da PUC-Minas (CNPq). Autora do livro Storytelling como recurso estratégico comunicacional. Diretora de Comunicação no Biscoito Maria Estúdio e Consultora em Comunicação Organizacional e Responsabilidade Social.

Publicações empresariais: ordenadoras ou construtoras de sentidos?

Os “discursos” das empresas presentes em suas publicações são (re) interpretados pelos funcionários/ leitores

Publicações

Parafraseando o título de um excelente artigo apresentado pela professora Ivone de Lourdes e Carine Caetano, no livro Interfaces e tendências da comunicação ( 2008), é que buscamos problematizar a questão das publicações empresariais. Para tal, buscamos antes entender como se dá a produção dos discursos e como se desenrolam na trama entre emissores e receptores.

Segundo Charaudeau (2007), o discurso é instituído pela fala, pelo texto e pela linguagem, que permite o homem pensar, agir e viver em sociedade. Nesse sentido, a linguagem não se reduz ao uso das regras gramaticais e das palavras do dicionário, mas entendida em outra dimensão, “[…] se desdobra no teatro da vida social, cuja encenação resulta de vários componentes, cada um exigindo um ‘savoir-faire’, o que é chamado de competência” (CHARAUDEAU, 2007, p. 7).

Para o autor, três competências são essenciais ao processo da linguagem. A competência situacional (1), que considera a situação em que a linguagem foi produzida, verificando sua finalidade e a identidade daqueles sujeitos envolvidos na interação; a competência semiolinguística (2), que organiza a encenação do ato de linguagem com base nas seguintes visadas: enunciativa, descritiva, narrativa e argumentativa, e a competência semântica (3),que consiste em saber construir sentidos recorrendo às ferramentas gramaticais e lexicais e também aos saberes e crenças disponíveis na sociedade. Esse conjunto (é que) produz a competência discursiva que, finalmente, produz os atos de linguagem portadores de sentidos e os vínculos sociais.

Além disso, a formação discursiva depende de fatores externos, como o contexto social, cultural, político e econômico, em que os sujeitos enunciadores e interpretantes estão inseridos. Não se trata apenas de situar o contexto, o ambiente onde se dão as interações, mas tentar compreender como esses fenômenos contribuem para conformar os enunciados discursivos, construir sentidos e influenciar os atos de linguagem.

Na interação entre empresas e funcionários, mediada pelas publicações corporativas, esses atos se revezam. Quando os funcionários leem o jornal produzido pela empresa eles emitem seus sentidos de volta para a empresa, e esta também os postula (reinterpreta) em um processo dialógico permanente de construção e reconstrução de sentidos. Independentemente do tipo, o ato trata-se, portanto, de ação concreta, intencional, praticada por alguém, que traz um sentido de sujeito participativo e responsável. Assim, o agir do sujeito tanto se utiliza da realidade dada do mundo quanto o postula, (re) cria-o, traz novos significados, o que conforma a concepção relacional. Perspectiva que acreditamos ancorar a comunicação empresarial na contemporaneidade e que responde a questão central proposta pelo artigo. As publicações não conseguem ordenar os sentidos, pois é na relação entre o funcionário/ leitor e a empresa que os sentidos das mensagens são criados, interpretados.

Publicações empresariais: discurso X contexto

Reportando o caso para a realidade corporativa, os funcionários de uma empresa, enquanto sujeitos de ação devem ser pensados, considerando dois importantes aspectos: o contexto onde estão inseridos, em que age conformado pelos elementos históricos, sociais, culturais, etc., e o princípio dialógico, que permite a troca discursiva, a interdiscursividade e a presença de várias vozes nos discursos.

Dessa forma os funcionários quando leem as publicações corporativas utilizam o seu repertório interpretativo, tornando-se agentes organizadores de discursos, que, a partir da troca e da interação criam um processo de significação e de reconstrução de sentidos. Os papéis se intercalam, ou seja, ora a empresa é enunciadora/emissora, ora é interpretante/receptora, o mesmo acontecendo com os funcionários, que também assumem tais papéis.

Portanto, percebe-se que as publicações “chapa branca” com discursos unilaterais da diretoria com a intenção de direcionar o funcionário/leitor a um único entendimento e uma interpretação coletiva não funciona mais, se é que já funcionou um dia!

 

Cláudia Tanure

Diretora executiva da Press

Mestre em Comunicação Organizacional

 

BIBLIOGRAFIA

CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e discurso. Modos de organização.São Paulo: Contexto, 2008.

CHARAUDEAU, Patrick. Discursos das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.

FRANÇA, Vera. Sujeitos da comunicação, sujeitos em comunicação. In: GUIMARÃES, C.; FRANÇA, V. (Orgs.). Na mídia, na rua: narrativas do cotidiano. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

OLIVEIRA, Ivone de Lourdes; PAULA, Carine F. Caetano. Comunicação no contexto das organizações: produtora ou ordenadora de sentidos? In: OLIVEIRA, Ivone de Lourdes; SOARES; NOGUEIRA, Ana Thereza (Orgs.). Interfaces e tendências da comunicação. No contexto das organizações. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2008.

Comunicação para companhias de capital aberto

A comunicação para empresas S.A é uma exigência cobrada pelo seu órgão regulador, a CVM

Empresas na bolsa de valores exigem comunicação

Empresas na bolsa de valores exigem comunicação

Uma matéria publicada no jornal Diário do Comércio, do dia 23 de julho, chamou atenção para a importância da comunicação empresarial. Com o título “Companhia listada em bolsa sai na frente” (leia na íntegra), o texto aborda que as empresas listadas em bolsa de valores são mais atrativas para investidores. A avaliação é do vice-presidente da New York Exchange (Nyse) – Bolsa de Valores de Nova York, Alex Ibrahim, feita no dia 22, durante evento promovido pelo Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), em Belo Horizonte.

Para o executivo, a vantagem é causada devido à liquidez dessas empresas, que praticam a governança corporativa e a transparência contábil e financeira. Além disso, a visibilidade delas possibilita fusões e aquisições. Fatos que comprovam a necessidade e as vantagens competitivas das empresas que tem uma boa comunicação empresarial. A exigência para serem listadas em bolsa tem critérios que garantem uma triagem, como governança, controle financeiro e contábil confiáveis, preparo e treinamento de recursos humanos, comunicação e transparência entre outros.

O papel da comunicação empresarial

Para se garantir essa transparência e governança, que são características que chamam a atenção dos investidores, o trabalho da comunicação empresarial e da área de Relação com Investidores (RI) são fundamentais. Segundo o guia lançado em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, “a disseminação da cultura de empresa de capital aberto entre os diversos níveis de público interno é reconhecida internacionalmente como a base da pirâmide para o sucesso no mercado de capitais, uma vez que direciona o comportamento de todos no que diz respeito ao ambiente corporativo, ajudando a fixar os conceitos de empresa ética, responsável e transparente”.

O guia ainda destaca o conceito e importância de uma companhia aberta, de acordo com os seguintes tópicos, que reforçam a importância da comunicação empresarial:

Decisão consciente – A partir do momento em que a companhia decide abrir seu capital e passa a ter centenas (ou milhares) de novos sócios, passa a ser mandatórios uma boa comunicação e relacionamento com o mercado, ter consistência no envio de informações e níveis mais avançados de abertura de informações, que permitirão aos investidores ou potenciais investidores tomarem decisões fundamentadas nas informações prestadas.

Programas efetivos – Para disseminar essa cultura é importante adotar programas realistas e bem direcionados de educação, comunicação e treinamento interno a todos os funcionários. A grade curricular precisa conter informações sobre a regulamentação do mercado no Brasil, direitos e deveres dos acionistas e dos administradores, diferenças de tratamento na regulamentação para acionistas controladores e minoritários, composição acionária, normas para divulgação de resultados e comunicação de informações à imprensa etc. Os cursos ministrados dentro das empresas (in company) são um exemplo de como agilizar esse tipo de programa, mas precisam ser ministrados por especialistas reconhecidos pelo mercado.

Valor da governança – A cultura de companhia aberta implica obrigatoriamente a comunicação das boas práticas de governança corporativa adotadas pela empresa, assim como a explicação didática de seu impacto, utilizando todas as ferramentas de comunicação interna disponíveis. Respeito ao investidor e ao mercado são os conceitos que estão relacionados a essa ideia e devem ser disseminados junto ao público interno. O objetivo é estabelecer a noção de que a boa governança alinha o interesse de todos os públicos e fortalece a percepção positiva da companhia junto ao mercado. Para isso a empresa deve lançar mão das estratégias e praticas de comunicação interna e comunicação externa.

Seguindo essas orientações, essas empresas devem ter o cuidado que o mercado exige, por isso, podemos perceber que em todos os momentos a comunicação empresarial se faz necessária e imprescindível. Para elas, são fundamentais os trabalhos de Análise e Planejamento, Relações com a Imprensa (assessoria de imprensa), Gestão de Crise, Media Training, Produções Editoriais (criação de jornais para a comunicação interna e externa – comunidade), comunicação interna (cartilhas e campanhas), Comunicação em Sustentabilidade (produção de relatórios e ações com comunidade), Publicidade Institucional, entre outros.

CVM

O trabalho com empresas de capital aberto deve ser ainda mais cauteloso. Além dos preceitos éticos que já regulamenta a profissão, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão que regula o mercado de ações no país. O trabalho de comunicação empresarial deve se guiar pelas regras da CVM e seguir as suas orientações para a divulgação de informações e comunicados sobre o mercado. Leia mais em www.cvm.gov.br.

Letícia Espíndola

Jornalista e

coordenadora de Núcleos da Press Comunicação

 

Fonte: http://guiari.mediagroup.com.br/Atividade-de-Relacoes-com-Investidores/Disseminacao-da-Cultura-de-Capital.aspx

A interferência da Comunicação na Governança Corporativa

A importância da comunicação em relação a Governança Corporativa na contemporaneidade é refletida nesse artigo no Hoje em Dia.

Para muitos estudiosos, vivemos na sociedade da informação, ou seria sociedade da comunicação? No século 20, os defensores desta teoria já preconizavam ser o conhecimento e a informação, a fonte de crescimento, o motor propulsor da sociedade do futuro. A tecnologia capitaneada pelo computador, em conjunto com o desenvolvimento das telecomunicações, foi decisiva para concretizar de vez esta perspectiva. Esse acesso às informações, pela combinação de diversos dispositivos como satélites, televisão, telefones celulares, computadores e internet, produziu o aumento da conexão entre sujeitos individuais ou coletivos como as organizações, quebrando barreiras como a distância e a língua, e diminuindo fronteiras geográficas, sociais e humanas.

O acesso veloz e abrangente às informações, a comunicação de massa, a tecnologia que gera o encurtamento do tempo e espaço são alterações que influenciaram o modo de o homem estar no mundo e, consequentemente, trouxeram novas implicações éticas e morais para a sociedade.

Assim, a abrangência desses fenômenos e seu poder de transformação geraram uma reestruturação dentro do contexto organizacional, por meio da mudança de comportamento das pessoas.

Mas, se por um lado as organizações dispõem de muito mais informações para alavancar os seus negócios, por outro esse fenômeno implicou mais cobrança da sociedade por transparência, por fornecer e compartilhar essas informações.

As próprias organizações, na década de 1990, procurando institucionalizar maneiras de prestar contas à sociedade inauguraram o sistema de “governança corporativa” e “accountability”, a fim de dar uma resposta ao clamor da sociedade por informação e ética na conduta dos seus negócios. Mas quais significados esses termos carregam? E como a sua chegada impactou a comunicação entre organizações e seus interlocutores? Tentando jogar luz a essa reflexão que propõe o artigo, explicamos que um sistema de governança corporativa[1] é um conjunto de regulamentos e convenções culturais que vão reger justamente a relação entre a empresa, os acionistas e os diversos atores sociais, que, de alguma maneira, estão conectados a ela.

Oito princípios sustentam a governança corporativa, sendo eles: estado de direito, transparência, responsabilidade, orientação por consenso, igualdade e inclusividade, efetividade e eficiência e prestação de conta (accountability). Fazendo parte desse sistema, a accountability fornece importante aparato para o controle das ações das organizações e sua divulgação para a sociedade. O termovem da língua inglesa e não tem tradução exata para o português, já que o seu sentido mais comum nos remete à obrigação de membros de uma organização pública ou privada prestar contas de suas ações a instâncias controladoras ou a seus representantes. Na ausência de tal tradução, outro termo usado numa possível versão portuguesa é responsabilização, que é frequentemente usado em circunstâncias que denotam responsabilidade social, imputabilidade, obrigações e prestação de contas.

No entanto, essa questão não é meramente linguística; a nosso ver, traz em si outro sentido, o de que no Brasil as organizações não se preocupavam em prestar contas de seus atos à sociedade, e mesmo hoje muitas transformam isso em um instrumento de marketing em busca de aceitação social. Em consonância com essa premissa, Campos (1990, p. 1), autora do emblemático artigo intitulado “Accountability. Quando poderemos traduzi-la para o português?”, diz que: “[…] Ao longo dos anos foi entendido que faltava aos brasileiros não precisamente a palavra, ausente tanto na linguagem comum como nos dicionários. Na verdade, o que nos falta é o próprio conceito, razão pela qual não dispomos da palavra em nosso vocabulário”.

A autora nos fornece a noção de que a accountability envolve três dimensões – informação, justificação e punição –, podendo ou não essas estar juntas para que existam os atos de accountability. Sendo um sistema de informação e controle das ações de organizações, pode ser implantadas em políticas públicas, em questões administrativas, profissionais, financeiras, morais, legais e constitucionais em esferas públicas e privadas.

Cada um desses três campos da accountability apresenta diferentes mecanismos e objetivos específicos para o controle, a vigilância e a busca de transparência das ações das organizações. Apesar da recente presença do conceito da accountability no Brasil, ela representa importante mudança de paradigmas na relação comunicativa entre as organizações e a sociedade.

[1] Governança corporativa – Disponível em:< http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=17 >. Acesso em: 28 maio 2009.

A importância de uma comunicação interna eficaz

A comunicação interna é um assunto que merece destaque como citamos no texto “Mudanças empresariais começam com comunicação“, que explica basicamente que qualquer transformação dentro de uma organização começa  no simples diálogo entre colaboradores. Baseados nesse contexto, citaremos uma publicação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para aprofundar ainda m ais na discussão acerca do tema.

O Sebrae é uma referência para micro e pequenos empresários. Fundado em 1972,  tem o objetivo de estimular o empreendedorismo em todo o país. Em sua publicação, a entidade explica que divulgar as ações de trabalho nas metas da organização são dois dos mais importantes objetivos da empresa, os dirigentes começam a ter mais liberdade em dividir informações essenciais com seus funcionários e oferecem um direcionamento eficaz para adequar as técnicas de divulgação com as necessidades dos empregados.

Mas a dúvida é: como fazer a comunicação interna funcionar dentro das organizações? Vários fatores podem ser utilizados para motivar uma equipe. Falar sobre o que acontece dentro e fora da empresa; explorar em conjunto os novos conhecimentos adquiridos; familiarizar o colaborador no dia de sua contratação com a missão, visão e valores, criando um clima de parceria e confiança, são bons exemplos.  A forma como essa comunicação será colocada em prática pode variar. Pode ser feita de forma hierárquica, ou seja, dos superiores para os colegas mais próximos, ou então por meio de reuniões, jornais internos, eventos e treinamentos.

A Press Comunicação possui núcleos específicos de comunicação empresarial e um deles é o Núcleo de Análise e Planejamento de Comunicação Interna, que tem o objetivo de sugerir planejamentos, desenvolver ações e medir os resultados de comunicação empresarial nas organizações. Tire suas dúvidas com a Press. Procure nosso núcleo e saiba como unir ainda mais sua empresa e seus funcionários para uma comunicação eficaz!

Fonte da matéria: http://www.sebraemais.com.br/noticias-midia/a-importancia-da-comunicacao-interna-nas-empresas