Cortar a comunicação na crise econômica é a solução?
Comunicação ajuda as empresas a dirimir os boatos e dúvidas no momento de crises econômicas
Em tempos de crise econômica, como a que parece estar acontecendo neste momento, onde os indicadores como PIB, taxa de inflação, Selic entre outros números mostram um desaquecimento no consumo, na produção, uma estagnação na economia brasileira, muitas empresas cortam os investimentos na comunicação. Aliás, na lista de cortes, a comunicação é a primeira.
Essa atitude histórica mostra um grande paradoxo. No momento em que uma empresa mais precisa de se comunicar, seja com o publico interno ou seja com o externo, quando deve ser lembrada por seus consumidores, de gerar uma boa reputação, ela retrai e se torna “invisível” aos olhos dos seus públicos.
Trazendo a questão para “hoje”, podemos observar que nos últimos dias os telejornais tem noticiado que várias montadoras de automóveis têm dado férias coletivas aos funcionários em função de quedas significativas no consumo de carros, parando temporariamente suas produções. Quando esses momentos acontecem são geradas muitas dúvidas e boatos que podem causar ainda mais prejuízos às empresas.
O mercado, esta instituição poderosa e porosa, formada por diversos públicos da empresa, começa a especular sobre demissão em massa, redução de investimentos, queda de resultados para acionistas, prejuízos, dívidas e tudo que puder absorver, como uma esponja, sobre o assunto. Situação que pode criar assim um cenário de incertezas, fragilidade e comprometimento do futuro e da imagem da empresa, pois acaba indo para as grandes mídias , TVs, rádios, jornais, sites etc.
Por isso mesmo, este é o momento que a empresa precisa se comunicar, esclarecer as verdades sobre suas decisões. Que fique claro aqui que não estamos dizendo que as montadoras não estão fazendo isso, a reflexão serve a qualquer empresa: utilizar dos meios de comunicação para criar o diálogo, esclarecer e (re)estabelecer a confiança da opinião pública. Cada instrumento deve ser acionado de maneira a falar diretamente com determinado público e tem seus próprios objetivos.
Por exemplo, a assessoria de imprensa adentra as redações levando as explicações oficiais para os jornalistas; a publicação interna providencia matérias esclarecedoras antecipando as informações para os funcionários, na maioria dos casos os mais afetados; a publicidade institucional usa dos seus recursos para informar de forma ágil ao publico de massa; e a comunicação digital, via site e redes sociais, disseminam as informações oficiais na internet e podem responder as principais dúvidas sobre o momento vivido pela empresa pelo seu caráter interativo. Todas essas áreas de atuação da comunicação, sob o respaldo de um trabalho de gestão de crise.
Enfim, a empresa na hora de fazer suas estratégicas de cortes de custos deve avaliar bem , pois cortando a comunicação podem estar cortando os canais de comunicação com seus públicos, desfazendo uma relação construída ao longo de muitos anos e em última instancia desvalorizando a sua marca, seu maior patrimônio.
Empresas cortem os custos, mas não cortem a comunicação!
Em acordo com nossa perspectiva, Fábio Albuquerque diz em artigo publicado no site do Gecorp, intitulado Crise econômica? A receita é mais comunicação que : “É comum as empresas pensarem em investir em comunicação em tempos de prosperidade. No momento de crise, quando o foco passa a ser a agilidade para resolver os problemas no curto prazo, a comunicação às vezes é ignorada. Pior, deixa de ser vista como fator estratégico e passa à condição de ferramenta descartável. É um sério equivoco. Uma boa parcela da solução para os problemas que sua empresa enfrenta está em utilizar a comunicação com planejamento e criatividade.Todos nós sabemos que o custo para atingir o consumidor em tempos de crise precisa ser mais baixo do que em períodos mais confortáveis, quando o vento está soprando a favor. A hora da dificuldade é o momento de buscar novas alternativas, de desafiar sua agência de comunicação a apresentar boas soluções e bons resultados”.
A Press sabe do atual cenário e entende as necessidades das empresas em adequar seu orçamento à essa realidade. Por isso, trabalha com criatividade e propõe participar desse desafio, junto ao cliente, para manter a comunicação no momento em que mais se precisa dela.
Diretora executiva da Press
Mestre em Comunicação Organizacional