Fazer comunicação é exercitar muito a criatividade
Criatividade é tema de artigo e nos faz visualizar o seu lado na comunicação
Quem trabalha com comunicação sempre sofre uma pressão em “ser criativo”, em ter boas ideias e é rotulado como tal. Ontem a relações públicas Maria Alana Brinker, que faz parte de um grupo de discussão no LinkedIn sobre Relações Públicas, que a diretora e a coordenadora da Press fazem parte, publicou um texto que define muito bem o que fazem as pessoas serem criativas: o fazer.
O pensar nos faz desenvolver a criatividade e, no nosso caso, trabalhar com comunicação empresarial nos permite um leque de possibilidades para aflorar isso. Percebemos que quanto mais escrevemos mais nosso texto fica melhor, quanto mais produzimos peças gráficas, mais surgem novas ideias mirabolantes para criar. E sempre queremos mais. Somos da comunicação, somos humanos, somos criativos! Leia o artigo:
Todos podem ser criativos: verdade ou mentira?
A criatividade não é exclusividade de algumas pessoas e áreas de atuação
Se você nunca estudou sobre criatividade, pelo menos já deve ter escutado as frases: “Pense fora da caixinha.”, “Para criar tem que ser maluco.”, “Sou da área de exatas, então não sou criativo.”, “Uns nascem criativos, outros não.”, “Só o pessoal das Humanas é criativo.”, “Aquele ali deve trabalhar com criação pelo jeito que se veste.”
Todos podem ser criativos? Se posso dizer que sou fissurada por um assunto, ele é a criatividade. Simplesmente sou fascinada pelo tema e, sempre que posso, leio algum livro ou artigo que trata disso. Mas minha curiosidade não se limita somente ao ato de criar em si, e sim à origem da criatividade. Meu interesse é descobrir como podemos aumentá-la cada vez mais, qual o ponto de equilíbrio entre ela e a racionalidade – se uma coisa exclui a outra ou não. Esses e outros questionamentos é que me fazem querer ir a fundo nos estudos do tema.
Das frases que iniciaram o texto, a única que tem sentido para mim é a primeira. As demais fazem parte de estereótipos que acabamos criando muito em função de personagens que aparecem em filmes e em programas de TV, onde o sujeito criativo é aquele que se diferencia de todo mundo pelo jeito “estranho” de agir ou de se vestir.
CORAGEM E HÁBITO
Na verdade, algumas pessoas, pelas características pessoais e pela maneira como são criadas e educadas, acabam desenvolvendo mais ou menos a criatividade, como qualquer aptidão na vida, certo?! Nossa educação e personalidade têm muito peso sobre o hábito de criar. E por que falo em hábito? Porque ser criativo é, antes de tudo, uma prática.
Uma prática constante de estimularmos em nós a coragem para expor ideias, mesmo sabendo que podem ser ridicularizadas; de estabelecer relações entre “coisas” que, aos olhos dos demais, não têm relação nenhuma; de ficar momentos a sós; de abstrair-se para poder contemplar algo ou alguma situação e se permitir imaginá-la de acordo com o próprio ponto de vista; de entregar as horas que passamos no banho, no ônibus, ou antes de dormir ao cérebro e dizer: vai, “viaja” por onde você quiser!
Uma das coisas que sempre pratico é a abstração. Diversas vezes peguei-me imaginando algo tão profundamente que é como se eu tivesse saído do ambiente em que estava, e quando “voltei para a Terra” me dei conta de que tinha de levantar porque a parada do ônibus estava próxima. Hehehehe!
CORAGEM, CORAGEM, CORAGEM
Um dos livros sobre criatividade que li e achei muito esclarecedor foi do psicólogo Rollo May, chamado A Coragem de Criar. Nele, entre tantas descobertas relatadas, o autor fala sobre o encontro, que é definido como o momento em que o artista (ou qualquer um de nós) atinge seu ponto de vista sobre alguma coisa – um ponto de vista que é único, diferente daquele que as pessoas em geral têm – e a partir daí começa a ter insights e inicia sua criação.
Ele também fala da contemplação, que faz parte desse processo, e cita como exemplo a apreciação de uma pintura de paisagem num museu: quando à admiramos, não estamos vendo apenas a paisagem em si, mas o olhar do pintor sobre ela. Por isso, contemplar outras visões também é um ato criativo, pois nos estimula a pensar “fora da caixa”, de um jeito diferente que a maioria enxerga.
O processo criativo deve ser estudado, não como o produto de uma doença, mas como a representação do mais alto grau de saúde emocional, a expressão de pessoas normais, no ato de atingir a própria realidade. A criatividade está no trabalho do cientista, como no do artista; do pensador e do esteta; sem esquecer os capitães da tecnologia moderna, e o relacionamento normal entre mãe e filho. A criatividade, como define o Webster, é basicamente o processo de fazer. (pág. 32, A Coragem de Criar)
No trecho acima, May afirma que a criatividade não é vinculada à loucura, à maluquice e somente às áreas artísticas. Ao contrário, ela está presente no cotidiano de todos e sua prática é um sinal de que a pessoa é saudável emocionalmente. Criar não é para poucos, é para todos! E ser criativo não é apenas ter ideias. Mais do que isso, é executá-las.
Referência: May, Rollo. A Coragem de Criar. Tradução de Aulyde Soares Rodrigues. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1982, 4a edição.
Sobre o autor
Maria Alana Brinker
Relações-públicas especialista em Gestão de Marcas. Trabalha com Comunicação e Responsabilidade Social, além de administrar o site Comunicação e Tendências (comunicacaoetendencias.com.br). Acredita que a paixão pelo que faz aliada ao trabalho em equipe é o segredo da efetividade!
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