O desafio de cumprir cronograma na publicação corporativa
Produzir uma publicação para qualquer empresa é bastante prazeroso, pois é uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos, levar informações aos públicos a que ela se destina, além de exercer a apuração, redação e edição, típicos da profissão de jornalista.
Quando uma empresa solicita uma publicação, começa o desafio da corrida contra o tempo, pois, geralmente, o prazo é estreito. A primeira medida é elaborar um cronograma, que deve ser feito de trás para frente, como costumamos dizer. Ou seja, contando da data acordada para a entrega da publicação até o início das apurações. Nesse intervalo, é preciso incluir a reunião de alinhamento das atividades, elaboração da pauta para aprovação do cliente, apuração e redação dos textos.
Posteriormente, há a fase da edição do material produzido, incluindo não só os textos, mas também fotos, ilustrações, gráficos, que devem ser produzidos paralelamente às entrevistas, para, depois, iniciar a fase das aprovações pelas fontes e, em seguida, pela diretoria da empresa.
Dificuldades na publicação passam pela apuração, aprovação…
No entanto, nem tudo são flores quando se trata de apuração. Mesmo tendo acesso a telefones fixos, celulares e e-mails das fontes, nem sempre o contato é imediato, principalmente quando se trata de alguém da diretoria ou mesmo da coordenação. Reuniões, viagens ou qualquer outro compromisso do entrevistado costumam deixar o contato para segundo plano.
Para evitar contratempos, é importante que todos os envolvidos na produção de determinada publicação estejam cientes de que serão contatados pela equipe que produzirá a publicação e reservem um momento na agenda para serem solícitos com o repórter. Afinal, o sucesso da publicação depende também da fonte de informação, da pessoa que detém o conhecimento específico sobre determinado assunto para repassá-lo ao entrevistador, além de muni-lo de todas as informações necessárias que possam resultar em um belo e rico material.
Aí incluem fotos (ou sugestões do que pode e deve ser retratado), indicação de outras fontes de informação, exemplos práticos para tornar a informação mais palpável, objetiva e atraente, a fim de aproximar o tema abordado do leitor. Enfim, tudo aquilo que pode enriquecer a matéria.
Outro entrave comum, embora não muito frequente, é o adiamento de uma entrevista, previamente agendada, seja também por motivos de reunião ou de viagem de última hora, licença médica ou outro compromisso. Isso frustra o planejamento do jornalista, que reservou o tempo para dedicar-se à determinada pessoa, além de envolver custos financeiros de deslocamento, quando a reunião é pessoalmente. Essa situação se complica quando a apuração é entre municípios, pois tentar contato posterior com a fonte que não compareceu ao local acordado, sem dar satisfação, demonstra problemas à vista.
O ideal, quando possível, é informar o adiamento com antecedência para que o repórter e também a equipe reelabore a programação da produção e não perca tempo, não impactando, assim, o cumprimento do cronograma.
Mas os atrasos mais comuns nas publicações estão relacionados às aprovações – seja pela fonte seja pela diretoria. Ao elaborar o cronograma, é definido o prazo para cada atividade. No entanto, os atrasos se estendem. Cabe ao jornalista ter jogo de cintura para ser firme na cobrança das aprovações, argumentando a possibilidade de atraso na entrega final do produto, ao mesmo tempo em que deve ser compreensivo com as justificativas da fonte.
Muitas vezes a diagramação do material, seja jornal, revista ou outro tipo de publicação, está atrelada à aprovação dos textos. E também a diagramação é uma etapa que passa pela aprovação geral. Depois de todo produto aprovado, há a fase da revisão ortográfica e dos ajustes para aprovação final. Só então, o material é encaminhado para gráfica para posterior distribuição.
Sendo assim, diante do extenso trabalho, a dica é mesmo cumprir o acordado, afinal, o combinado não sai caro.
Por Luciana Neves
Editora do Núcleo de Produções Editoriais