Publicações corporativas e o desafio do prazo
“Se não tem tu, vai tu mesmo”. Pode soar estranho, mas este conhecido ditado popular remete a um dos principais desafios que surgem durante a produção das publicações desenvolvidas para o meio empresarial: a dificuldade em contatar determinadas fontes. Sim, estamos apontando para publicações como jornais e revistas que, impressas ou veiculadas em meio digital, continuam no hall das principais vias de comunicação de uma empresa com os seus stakeholders.
Visualizar esta situação é fácil. Tomemos como exemplo um jornal diário. Ao receber uma pauta, o repórter tem um prazo para entregar a sua matéria, que ainda deverá passar pela edição, entre outras etapas. Nessa dinâmica, nem sempre é possível esperar a disponibilidade das fontes sendo possível substituí-las, desde que o compromisso com a verdade, premissa fundamental do jornalismo, seja respeitado.
Não é o caso das publicações corporativas. Para essas publicações, na maioria das vezes não vale a regra do “não tem tu, vai tu mesmo”, afinal, elas giram em torno do universo de uma empresa, o que reduz consideravelmente a maleabilidade com relação aos depoimentos. Ao tratar das ações sociais de uma empresa, das tecnologias por ela desenvolvidas, das mudanças em seu processo produtivo e de tantos outros fatos noticiosos, é imprescindível ouvir os seus dirigentes, especialistas, parceiros e demais envolvidos – muitos deles, com agendas apertadas, o que dificulta o trabalho do jornalista.
Mas e o prazo de entrega das publicações?
Essa é apenas uma das dificuldades que impactam diretamente no cronograma de atividades das publicações empresariais, causando transtornos ao cliente (vale lembrar que soltar uma publicação extrapolando o seu período de abrangência é prejudicial à relação de fidelidade estabelecida com o leitor) e à agência, que vê suas demandas encavalarem. E não é só isso: a produção de uma publicação corporativa também enfrenta gargalos como a aprovação das matérias por parte da empresa, a produção das fotos e a aprovação final do produto editorial. Mas isso é assunto para um próximo texto.
Por ora, vale ressaltar que há, sim, meios de minimizar as dificuldades e a simplicidade deles é inversamente proporcional ao efeito que conseguem atingir (quem lida com isso diariamente pode comprovar!). Prever possíveis atrasos já na própria elaboração do cronograma é um deles e torna-se possível na medida em que a agência vai estreitando a relação com o cliente e entendendo as suas particularidades. É um “perde-se uns dias aqui, mas ganha-se em outra etapa”. Outro passo é orientar aos repórteres a procurar as fontes o mais rápido possível, logo após receber a pauta. Mesmo sem pesquisarem previamente sobre o tema, eles podem antecipar a necessidade de um horário para entrevista ou a impossibilidade de datas, por exemplo.
São manobras que uma agência de comunicação experiente é capaz de realizar, contornando as dificuldades sem alardes e garantindo a entrega de um produto que atende às expectativas do cliente.
Por Ana Paula Oliveira
Jornalista da Press Comunicação